Saiba tudo sobre o curso de Engenharia de Produção!
A Engenharia de Produção é uma das áreas mais versáteis entre as exatas. Se, a princípio, o curso era visto como uma derivação da Engenharia Mecânica, com o tempo, ficou muito mais abrangente, já que as premissas dele são aplicáveis a qualquer empresa dos mais diferentes setores — e não apenas às rotinas de uma fábrica.
Mesmo sendo uma área muito promissora e com boa empregabilidade, a primeira pergunta que você deve se fazer antes de ingressar em uma faculdade da área é: “o curso combina com meu perfil, minhas expectativas de futuro e minhas habilidades?”. Indo por esse caminho, você dará início a uma jornada mais acertada. Porém, também precisa conhecer tudo sobre o curso e a faculdade em que pretende estudar.
Neste post, trazemos uma visão completa sobre o curso de Engenharia de Produção, incluindo informações a respeito da sua história, da área de atuação, de possíveis estágios e do que você aprende no curso. Além disso, você também vai saber qual o perfil ideal para o estudante e quais as habilidades que o mercado espera de um engenheiro de produção.
Quer saber tudo isso e o que faz um engenheiro de produção? Então acompanhe a seguir.
A área de Engenharia de Produção
A engenharia, de modo geral, aplica fundamentos matemáticos e usa experiências adquiridas para elaborar ideias e caminhos capazes de trazer benefícios às empresas. O foco dos conhecimentos é projetar, executar, fiscalizar e administrar diferentes atividades.
Qual o papel da Engenharia de Produção?
Dentro dessa grande área de conhecimentos, está a Engenharia de Produção, que se encarrega de otimizar sistemas em empresas de qualquer setor e tamanho. Ela busca melhorar a qualidade dos processos e dos produtos, eliminando desperdícios no processo produtivo. Para isso, usa ferramentas, máquinas, matérias-primas e todo o capital humano da forma mais eficiente possível.
Ou seja, na prática, a Engenharia de Produção se preocupa em projetar, instalar e aprimorar os sistemas de produção. Ela mescla conhecimentos das ciências matemáticas, físicas e sociais, além de aplicar princípios de análise e design para prever e avaliar os resultados obtidos.
Quando a Engenharia de Produção teve início?
Apesar de ser um curso mais recente que outras engenharias — a exemplo da Civil e Mecânica, por exemplo —, ele teve início há mais de 100 anos. As primeiras referências vêm do fim do século XIX, quando Frederick Taylor e Henry Ford começaram a transformar os conhecimentos práticos em processos formais.
Aliás, foi Taylor quem escreveu um livro chamado “Princípios da Administração Científica”, em 1911. Por isso, é considerado o pai da Engenharia de Produção. Ele se incomodava com o desperdício de tempo, recursos e força de trabalho nos processos. Buscando solucionar essas questões, desenvolveu um método de controle baseado na cronometragem das atividades.
Já Ford — ele mesmo, o fundador da Ford Motor Company — colocou em prática os conceitos de Taylor e conseguiu um feito inédito para a sua época: produzir em grande escala e com preços baixos.
Como começou a Engenharia de Produção no Brasil?
No Brasil, o início dessa área é marcado pelo crescimento industrial, mas o que mais impulsionou sua expansão foi a chegada de multinacionais que começaram a criar demanda por engenheiros de produção. Hoje, ela tem muita aceitação de mercado, além de ser reconhecida e regulamentada pelo Conselho de Engenharia (CREA).
Diferença entre Engenharia de Produção e Administração
O engenheiro de produção utiliza o conhecimento dos processos tecnológicos e produtivos para aumentar a produtividade, atuando essencialmente em indústrias. Ele pode gerenciar processos de estocagem de materiais, indicar maquinários que otimizam o desempenho da empresa, considerar custos envolvidos na produção, administrar o trabalho dos colaboradores e melhorar a qualidade dos produtos.
Já o administrador tem foco no estabelecimento de fluxos, rotinas e controles de informações e atividades. Ele cuida do desenvolvimento de um clima organizacional de colaboração, motivador e de respeito.
O perfil ideal do profissional da área
Como falamos, a Engenharia de Produção não tem foco exatamente no ambiente de fábrica. Qualquer setor de uma empresa conta com processos — do RH ao Marketing. Assim, o que se espera de um profissional dessa área é que ele seja versátil. Além disso, precisa ter visão abrangente: enxergar os processos por inteiro — do início ao fim — para poder analisar suas características e propor melhorias.
Outro aspecto requerido do engenheiro de produção é a inventividade. Sua função é encontrar os caminhos mais eficientes, que tragam o menor custo para as empresas. Ele tem que “pensar fora da caixa”. Mudar e melhorar são seus verbos principais. Claro, um estudante de engenharia, de modo geral, deve gostar bastante de cálculos e sistemas informatizados, já que usará muitas ferramentas digitais.
Além disso, o foco do engenheiro de produção é produzir mais com menos, conseguindo a maior eficiência possível. Suas decisões são sempre baseadas na economia, o que exige uma boa dose de capacidade analítica. Está se identificando? Então, confira o que o mercado vai exigir desse profissional.
As habilidades que serão exigidas pelo mercado
A Associação Brasileira de Engenharia de Produção é uma instituição que reúne estudantes, professores e profissionais da área. Segundo ela, há algumas habilidades que não podem faltar a um bom engenheiro de produção e que são o diferencial para que ele obtenha destaque no mercado. Listamos algumas delas a seguir.
Ética profissional
O engenheiro deve sempre se basear em princípios éticos, de respeito às pessoas, empresas e relações sociais.
Atitude empreendedora
Sua atuação se fundamenta na gestão e no empreendedorismo, já que seu trabalho contribui para o sucesso das organizações.
Atualização de conhecimentos
Como profissional de uma área dinâmica, ele precisa sempre se atualizar e buscar novas certificações. Além disso, deve agregar conhecimento e, consequentemente, valor ao seu trabalho.
Comunicação
O engenheiro de produção lida sempre com pessoas, e é delas que obtém informações importantes para pautar seu trabalho. Portanto, ele precisa ser comunicativo e ter habilidades de interação.
Leitura e análise de gráficos
Em vez de lidar com dados brutos, o engenheiro observa o comportamento de indicadores e padrões. Assim, precisa saber ler e interpretar gráficos e informações visuais para, a partir daí, alicerçar sua tomada de decisão.
Técnicas computacionais
Como dissemos, é uma característica básica lidar com sistemas informatizados, já que a
s atividades manuais são o oposto da eficiência que a Engenharia de Produção propõe.
Línguas estrangeiras
É comum encontrar oportunidades em multinacionais — afinal, esse foi o pontapé da Engenharia de Produção no Brasil, não é mesmo? Muitas vezes, o engenheiro de produção também precisa interagir com fornecedores e outros parceiros em nível internacional.
Conhecimento da legislação
A atuação do engenheiro de produção alcança diversas áreas — incluindo contabilidade, recursos humanos e até normas de segurança. Por isso, ele precisa estar em constante atualização sobre a legislação vigente.
Trabalho em equipe
Um engenheiro nunca trabalha sozinho — por isso, deve ter uma ótima capacidade de relacionamento interpessoal. Ou seja, interagir bem com outras pessoas e obter os melhores resultados, agindo sempre como conciliador e intermediador para situações de conflitos de ideias.
Capacidade analítica
Isso significa identificar, analisar, modelar e resolver problemas. Esse é o traço fundamental de um engenheiro de produção.
Compreensão de problemas administrativos, econômicos e ambientais
Frequentemente, essas áreas estão relacionadas e sofrem impacto na atuação desse profissional, o que exige bons conhecimentos sobre elas e os problemas mais comuns que trazem às empresas.
Responsabilidade social e ambiental
Sabe o comportamento ético de que falamos? Essa característica é um reflexo dele. Toda decisão do engenheiro de produção deve respeitar as pessoas, a sociedade e o meio ambiente. Aliás, também é seu papel trazer soluções aos principais problemas sociais, ajudando a qualificar profissionais, abrir novos postos de trabalho e melhorar as condições e a segurança de empresas e colaboradores.
Pensamento geral e ação individual
Isso significa, na prática, enxergar o todo. Mas as ações do engenheiro não vão ser generalistas nem abrangentes demais. Elas precisam ser específicas, atendendo às necessidades individuais de setores e equipes. No fim das contas, é como ter olhos de águia: ver longe e, ao mesmo tempo, enxergar os pequenos pontos no caminho.
As principais matérias do curso
Já que falamos bastante da área e do profissional, que tal ter uma visão sobre o curso? Isso é extremamente importante, pois você precisa saber o que vai estudar, para avaliar se o curso coincide com seu perfil.
Muitas vezes, os estudantes olham para o título da profissão, que pode ser bem atrativo. Por outro lado, esquecem-se de avaliar se a rotina de estudos e a matriz despertam seu interesse. O resultado disso é o sentimento de frustração depois do ingresso na faculdade. Por isso, comece pesquisando sobre a grade curricular do curso, na faculdade em que pretende estudar.
Para ajudá-lo, listamos algumas das principais disciplinas vistas na Engenharia de Produção. Dividimos todas elas em áreas, para que fique bem claro como colaboram para formar profissionais com as habilidades requeridas pelo mercado. Vamos conferir?
Cálculos matemáticos
Essa é a base de toda engenharia — e não seria diferente nesse curso. Por isso, durante alguns semestres, você terá disciplinas como: álgebra, estatística, cálculo, noções de lógica etc.
Sistemas computacionais
Para desenvolver seus conhecimentos nessa área, o curso também reserva disciplinas que têm como objetivo ambientá-lo com os sistemas informatizados, entre elas: tecnologia da informação, informática e programação, bancos de dados, sistemas corporativos integrados e desenho e projetos em ambiente computacional.
Responsabilidade ambiental
No intuito de ajudar o profissional a entender relações de causa e efeito, mostrando quais os impactos ambientais que suas decisões trazem, algumas disciplinas de química e física estão incluídas na grade curricular, como:
- química tecnológica e voltada para a engenharia;
- processos químicos industriais;
- física para engenharia;
- ciências do ambiente;
- resistência dos materiais;
- fenômenos de transporte etc.
A última disciplina citada estuda a transferência de movimento, energia e de matéria. Traz conhecimentos técnicos bem específicos, mas também diz respeito à segurança e à sustentabilidade das decisões tomadas.
Administração e empreendedorismo
Se você avaliar com cuidado o papel de um Engenheiro de Produção, verá que ele tem uma capacidade de gestão enorme e pode ocupar alguns altos cargos administrativos. Isso se deve ao estudo de disciplinas da área, incluindo:
- teoria das organizações e administração;
- comunicação empresarial e marketing;
- filosofia e ética;
- macroeconomia, economia industrial e economia de mercado;
- ergonomia e segurança no trabalho;
- gestão da qualidade, de serviços e de pessoas;
- logística e gestão de cadeias produtivas;
- empreendedorismo;
- comportamento organizacional e liderança.
Conhecimentos específicos da área
Quanto às questões próprias da Engenharia de Produção, também há um conteúdo bem vasto, que abrange todas as possíveis áreas de atuação. Veja:
- projeto do produto;
- simulação de sistemas produtivos;
- automação industrial;
- gestão de projetos e da produção;
- materiais e processos de fabricação;
- organização do trabalho e planejamento de processos;
- ergonomia aplicada a projetos;
- planejamento e controle de produção;
- projeto e sistemas de produção;
- engenharia da qualidade e econômica;
- custos e medição do desempenho;
- manutenção e melhoria da produção;
- gestão do desenvolvimento do produto e inovação.
Os conhecimentos que serão desenvolvidos
Viu como as disciplinas estudadas são diversificadas e formam um profissional completo? A ideia é construir o conhecimento e preparar as habilidades que o engenheiro de produção precisa ter. Se olharmos de forma geral, podemos estruturar o curso da seguinte forma.
Gerência de produção
Um gerente de produção é o responsável por fazer com que tudo flua da melhor forma possível. E isso não se restringe às indústrias: uma empresa comercial, por exemplo, também tem um fluxo de produção, que envolve:
- a compra dos produtos a serem vendidos;
- o dimensionamento e treinamento das equipes de vendas;
- o marketing para conquistar novos clientes;
- a logística de entrega e o pós-venda.
Esse é apenas um exemplo. Toda e qualquer atividade de um empreendimento é uma produção. Por isso, quando falamos desse assunto, estamos incluindo aqui empresas de comércio, indústria e serviços.
Assim, cabe ao gestor de produção garantir o cumprimento das metas dentro dos padrões estabelecidos pela empresa — incluindo qualidade, quantidade, custos e prazos. Para formar esse perfil profissional, o curso de Engenharia de Produção desenvolve os seguintes conhecimentos:
- projeto e gestão de sistemas de produção — definindo como as atividades devem ser realizadas e geridas;
- planejamento e controle da produção (PCP) — que é dimensionar, entre outros aspectos, quantas pessoas serão necessárias, quanto cada uma deve produzir e controlar as atividades para garantir que as metas sejam alcançadas;
- logística e cadeia de suprimentos — que envolve a compra, estocagem e entrega de produtos e serviços;
- organização de trabalho e ergonomia — para distribui
r da melhor forma possível a rotina de produção, tanto para os resultados quanto para os empregados.
Gestão da Qualidade
A gestão da qualidade é a tarefa de fazer com que projetos, produtos e rotinas tenham o melhor resultado possível, evitando ao máximo os desperdícios e trazendo eficiência. Isso ajuda a diminuir problemas como retrabalho e custos altos, além de aumentar a satisfação do cliente. Nesse aspecto, são trabalhados conhecimentos como:
- custo e medição do desempenho — o estudante aprende a dimensionar os custos envolvidos em um processo produtivo e a mensurar o desempenho dele, encontrando oportunidades de economizar;
- simulação — ele também aprende a simular situações e rotinas, para reduzir as incertezas e os erros de gestão;
- gerência de projeto — esse conhecimento diz respeito a planejar e controlar a execução de projetos nas mais diversas áreas de atuação;
- gestão de pessoas — acima de tudo, um engenheiro de produção lida com pessoas. Ele depende delas (do seu comprometimento e disponibilidade) para aplicar as mudanças positivas que encontra. Por isso, precisa saber conduzir e motivar as pessoas.
Desenvolvimento de Produtos e Empreendedorismo
Tocamos várias vezes no ponto do empreendedorismo porque ele é um forte do engenheiro de produção, responsável por trazer soluções e aproveitar todo o potencial de um negócio. Desse modo, o estudante da área também aprende sobre:
- gestão do processo de desenvolvimento de produto — aqui, o foco é eliminar desperdícios e ter a máxima eficiência nas rotinas da empresa ou na linha de produção, caso se trate de uma fábrica;
- marketing — o engenheiro de produção também forma bases para lidar com as questões relacionadas à imagem da empresa e à satisfação do cliente;
- projeto do produto — relacionando-se com os dois itens anteriores, ele aprende a projetar produtos que atendam às necessidades da empresa no que diz respeito a custos e retorno financeiro e que gerem interesse no público-alvo, trazendo soluções para suas demandas.
A importância de realizar estágios
Como acontece nos cursos superiores, os semestres finais também incluem a realização de estágio supervisionado. Esse é um grande momento para o estudante, porque ele pode colocar em prática os conceitos que aprendeu na faculdade.
No estágio, você vê os números e ideias se tornarem fatos e também dá seus primeiros passos para conquistar experiência profissional. Grandes empresas costumam ter programas anuais de estágios e de trainee para recém-formados, que geralmente são porta de entrada para uma carreira sólida.
Se você tiver oportunidade de começar alguns semestres antes — e se isso não atrapalhar sua rotina de estudos, claro — melhor ainda, pois terá mais experiências no seu currículo. É importante focar aquelas enriquecedoras e que vão agregar valor ao seu perfil profissional.
O que faz um engenheiro de produção
O engenheiro de produção associa os conhecimentos técnicos característicos das diferentes engenharias às áreas de economia e administração para projetar, implantar e aprimorar os sistemas de produção que constituem uma fábrica.
Projetar sistemas de produção
Esse profissional é responsável por projetar sistemas de produção de acordo com todos os aspectos, desde os equipamentos até a adequação ao homem. Para isso, ele deve desenvolver ferramentas e métodos para a criação de processos produtivos e produtos que não tragam riscos à saúde, impacto social e doenças.
Administrar armazenamento de materiais
O gerenciamento eficiente de armazenagem é fundamental para o lucro das empresas. Afinal, toda organização busca reduzir os desperdícios e melhorar a eficiência. Para isso, o engenheiro de produção deve fazer uma boa administração do armazenamento de materiais para alcançar uma melhoria considerável na operação e na busca por excelência no atendimento ao cliente.
Desenvolver sistemas de controle de qualidade
Essa área cuida do planejamento, controle e projeto de sistemas de gestão da qualidade que consideram a abordagem centrada em fatos e o gerenciamento por processos para a tomada de decisão.
O engenheiro que atua nesse setor projeta sistemas de controle para organizar atividades e planejar a produção para garantir que os produtos atenderão aos padrões de qualidade. Esses procedimentos têm como objetivo minimizar custos ou resolver problemas de produção.
Apoiar o desenvolvimento de máquinas e produtos
O conhecimento do engenheiro de produção permite que o profissional acompanhe o desenvolvimento e as melhorias em máquinas e produtos. Para isso, ele trabalha mais ligado ao chão de fábrica e próximo aos técnicos.
As possibilidades de atuação do engenheiro
Você pode se perguntar: “diante de um campo de estudos tão vasto, como fica a atuação do engenheiro de produção?”. A resposta é simples: cheia de oportunidades. Confira abaixo as possíveis áreas em que esse profissional pode atuar.
Engenharia de operações e processos de produção
Atuando nessa área, o engenheiro de produção foca projetos e operações para melhorar os sistemas produtivos e a criação de novos produtos. Aqui, estão incluídas áreas como planejamento, programação e controle de produção (PPCP), gestão da manutenção e engenharia de métodos.
Logística
Na logística, o engenheiro de produção trabalha com soluções para transporte, movimentação e estocagem de produtos e de insumos. Seu papel é reduzir gastos e garantir a disponibilidade do item sempre que preciso. Dentro dessa área estão setores como a gestão da cadeia de suprimentos, de estoque e logística empresarial.
Pesquisa operacional
Essa área busca facilitar a tomada de decisão pela gestão, usando informações matemáticas obtidas de sistemas computadorizados. A pesquisa operacional aplica os conceitos que o engenheiro traz de outras disciplinas. Assim, procura formas de tornar as decisões mais objetivas e bem embasadas, sem abrir mão do contexto da empresa.
Se você gosta dessa área, invista seu tempo de estudo prioritariamente em processos estocásticos, teoria dos jogos e inteligência computacional.
Engenharia da Qualidade
A área da qualidade geralmente tem muita procura por engenheiros de produção. Ela inclui o planejamento, o projeto e o controle dos sistemas de gestão da qualidade e engloba, entre outros, a normatização, auditoria e certificação para a qualidade (seguindo as normas ISO).
Engenharia do Produto
A Engenharia do Produto reúne ferramentas e processos para projetar, planejar, organizar e executar as rotinas referentes às atividades estratégicas da empresa — especialmente, na criação de novos produtos.
O engenheiro que atua com o produto pensa no seu lançamento e na sua retirada do mercado, além de trabalhar em conjunto com as mais diferentes áreas da empresa.
Educação em Engenharia de Produção
Ensinar também é uma possibilidade de atuação importante do engenheiro de produção. Há um bom espaço nesse mercado, pois ele pode atuar com metodologias de ensino e aprendizado e na formação de diversos outros profissionais. É possível trabalhar com aulas na graduação, pós-graduação, extensão e pesquisa.
Além disso, em qualquer área da Engenharia de Produção, é comum que o profissional fique encarregado de ministrar treinamentos, cursos ou difundir técn
icas dentro da empresa, rede de empresas ou comunidades.
Engenharia Organizacional
Esse ramo engloba os conhecimentos sobre gestão empresarial, incluindo planejamento estratégico e operacional. Ele também compreende vários pontos, como empreendedorismo, propriedade intelectual e avaliação de desempenho. Aqui, entram as áreas de gestão de modo geral, incluindo a gestão de projetos e da inovação.
Engenharia Econômica
Se você gosta da parte financeira e econômica, pode atuar também como engenheiro de produção nessa área. Seu papel será formular, estimar e avaliar os resultados da empresa, para orientá-la a escolher os melhores caminhos na tomada de decisão. Para isso, vai usar os conceitos matemáticos aprendidos no curso. Entre outras frentes, é possível exercer a gestão econômica, de custos, de investimentos e de riscos.
Engenharia do Trabalho
Quando atua nessa área, o engenheiro de produção projeta as tarefas e os sistemas de trabalho. Ele também tem foco nos ambientes e nos sistemas, sempre com objetivo de atender às necessidades das equipes e aproveitar suas capacidades da melhor forma possível.
A ideia central é preservar sua saúde e sua integridade física, melhorando a relação entre os membros do grupo e com todo o ambiente ao redor. Tanto é que essa área é chamada também de interface máquina/ambiente/homem/organização.
Na Engenharia do Trabalho, você pode trabalhar projetando e organizando a execução das atividades, com foco na ergonomia, higiene e segurança.
Engenharia da Sustentabilidade
Por último, essa área planeja a utilização dos recursos naturais nas áreas de produção da empresa. Ela também tem a responsabilidade de dar a melhor destinação e tratamento aos resíduos desses sistemas. A gestão ambiental e de resíduos industriais são algumas subáreas da Engenharia de Sustentabilidade.
O mercado de trabalho em Engenharia de Produção
O caráter multidisciplinar da formação permite ao engenheiro de produção atuar em diversas carreiras. As tendências para o setor são diversas, muitas delas fomentadas pela Indústria 4.0. Aos poucos, os avanços tecnológicos modificam a rotina das empresas. A impressão 3D e a realidade virtual, por exemplo, já são usadas para reduzir o tempo e o custo da produção.
Big Data, computação em nuvem, robôs autônomos, cibersegurança, realidade aumentada, simulações e integração de sistemas são outros avanços tecnológicos que estão transformando os processos produtivos. Tudo isso afeta diretamente o trabalho do engenheiro de produção, que é o responsável por incorporar a tecnologia na manufatura.
As tendências para o futuro
Manufatura aditiva
A manufatura aditiva permite confeccionar objetos de geometria complexa a partir de desenhos elaborados no computador. Inicialmente, a impressão 3D foi mais usada para o desenvolvimento de protótipos e estudo de determinados conceitos.
Com a popularização da manufatura avançada, essa tecnologia se tornou muito importante em vários setores da economia. A impressão 3D mostra bons resultados desde o âmbito da saúde até o aeronáutico e automotivo.
Logística flexível
A logística cuida de todos os processos que influenciam o fluxo de distribuição e armazenagem de mercadorias e matérias-primas. Além disso, também é necessário considerar as demandas dos clientes e do mercado.
Logo, a flexibilidade no cenário logístico está relacionada com a necessidade de fornecer respostas mais rápidas e conseguir se adaptar às diferentes e novas exigências sem passar por grandes dificuldades.
Automação industrial
Cada vez mais os processos produtivos e construtivos passarão a ser automatizados. Aos poucos, os serviços manuais e repetitivos vão desaparecer. Com isso, a tendência é que a mão de obra humana seja substituída por máquinas e equipamentos automatizados.
Nesse contexto de transformação, é importante que o engenheiro de produção tenha habilidades e capacitação adequada para se tornar peça chave para a condução dos novos processos.
Inteligência Artificial
A Inteligência Artificial pode ser usada em problemas de Engenharia no geral. Essa tecnologia permite o desenvolvimento de sistemas computacionais com base em redes neurais artificiais para resolver dificuldades de previsão, diagnóstico e classificação, assim como solucionar problemas que precisam de sistemas inteligentes de suporte à decisão.
Internet das Coisas
A Internet das Coisas conecta todas as etapas do processo produtivo. Sensores podem ser colocados em todos os itens da fábrica para monitorarem o fluxo de toda a operação, além de detalhes técnicos como nível de desgaste dos materiais, temperatura, entre outros. Tudo isso pode ser instalado em aplicativos dos celulares dos engenheiros e gestores, permitindo que todos acompanhem o que está acontecendo em tempo real.
O impacto da escolha da faculdade no sucesso
Como você pode ver, o curso de Engenharia da Produção acessa inúmeras áreas do ambiente corporativo. É então que vem o pensamento: “já tenho certeza de uma colocação futura?”. Bom, depende em partes de você, já que a qualidade da sua formação vai ser medida por quanto você se dedicou a cada uma das disciplinas estudadas.
Além disso, a escolha da faculdade também é importante. Instituições bem-conceituadas têm mais abertura no mercado de trabalho. Além disso, a matriz curricular muda entre as diferentes faculdades. Você deve avaliar cada uma delas, a fim de escolher aquela com foco maior no perfil de engenheiro que você deseja ser.
De toda forma, há várias ferramentas para analisar isso, por exemplo:
- a transparência da instituição: se ela é acessível ao seu contato para tirar dúvidas e se tem forte presença nas redes sociais, interagindo com seu público;
- a avaliação do MEC: você pode pesquisar pelas instituições e procurar aquelas que têm melhor avaliação no ENADE e no Índice Geral de Cursos (IGC);
- a opinião dos estudantes já formados: procure conversar com quem se graduou na instituição de seu interesse e pergunte sobre suas impressões e dificuldades. Assim, você terá uma visão clara do que o espera.
Agora, você já conhece o curso de Engenharia de Produção e pode tomar uma decisão bem fundamentada. Também viu quais são os principais conhecimentos e habilidades que terá que desenvolver para ter destaque em sua profissão, além de entender o que faz um engenheiro de produção.
Quer saber ainda mais sobre essa área? Então, não deixe de baixar e ler o nosso Guia da Engenharia de Produção de A a Z!