Mercado de Trabalho

Aperfeiçoamento contínuo é exigência do mercado para futuros executivos

Aperfeiçoamento contínuo é exigência do mercado para futuros executivos

Velocidade das transformações no mundo corporativo faz com que gestores tenham que se reinventar constantemente

Formação ampla, capacitação estratégica, conhecimentos em gestão de projetos e de pessoas, empreendedorismo. As competências globais desenvolvidas durante a graduação em Administração fazem com que o curso seja um dos mais comuns entre quem segue a carreira executiva. Segundo pesquisa feita pela consultoria Hays com 480 executivos na América Latina, os cargos de chefia das empresas são ocupados majoritariamente por homens entre 41 e 50 anos. As formações mais comuns entre os executivos são nas áreas de administração e negócios, engenharia, finanças e economia.  Entre elas, Administração e Negócios lidera com 38% do total de pesquisados.

As capacitações técnicas para quem deseja chegar a cargos de liderança podem variar de acordo com a atividade da empresa, mas incluem conhecimentos em finanças, marketing, habilidade comercial e visão aprofundada sobre o negócio em que atua. O início da vida profissional de um executivo geralmente se dá por meio de programas de estágio ou trainee em grandes empresas nacionais e multinacionais.

Para começar a se preparar ainda na graduação é necessário ter em mente que tornar-se um executivo é uma trajetória de anos e que exige um plano de desenvolvimento individual. Entre as iniciativas que podem ser tomadas ainda durante a faculdade estão o investimento na fluência em inglês, a conquista de uma experiência internacional, a realização de iniciação científica e a prática de trabalho voluntário. Todas contam pontos para conquistar vagas em grandes empresas e podem ser diferenciais para uma promoção posterior.

O caminho a ser percorrido entre a o começo da vida profissional e a conquista de um cargo de destaque pode apresentar diferenças e nuances, mas a dedicação ao trabalho e o aperfeiçoamento constante são ingredientes essenciais para a ascensão. Se anteriormente cursar uma faculdade era sinônimo de estabilidade e sucesso, hoje a graduação é apenas o passo inicial.  As habilidades necessárias para ocupar cargos de chefia vêm mudando e estar aberto a novos aprendizados é a característica principal para quem deseja obter êxito no mercado.

Soft Skills

Uma boa formação teórica, no entanto, não é suficiente para conquistar cargos de liderança. O perfil comportamental é avaliado desde o momento da seleção. Lidar bem com capital humano é característica obrigatória independentemente do segmento de atuação. Liderança participativa, flexibilidade e capacidade de motivar a equipe são atributos comportamentais buscados pelas empresas. Ter aderência à cultura da companhia também é um item avaliado por recrutadores. Há setores e corporações com códigos diversos no que diz respeito às condutas esperadas.

Levantamento realizado pela consultoria Arquitetura Humana, especializada em diagnósticos organizacionais e formação de líderes, listou seis características que executivos devem apresentar para conquistar sucesso no meio empresarial. Poder de influência e impacto no ambiente, energia, rapidez, capacidade de assumir riscos, extroversão e capacidade de tomar decisões sob pressão são os requisitos a serem desenvolvidos por quem almeja chegar às colocações mais altas nas empresas.

A criatividade é outro atributo cada vez mais valorizado. Em um mercado de inovação veloz, conseguir vislumbrar resoluções alternativas em contextos desafiadores é característica que os profissionais que lideram equipes devem desenvolver. Comunicação assertiva e capacidade de negociação também estão entre as competências desejadas para líderes.

Inovação

A inovação tecnológica mudará o perfil dos profissionais e os cargos gerenciais não ficarão imunes a esses avanços. Até 2020, 35% das habilidades mais procuradas para a maioria dos postos de trabalho devem mudar, segundo relatório do Fórum Econômico Mundial. As colocações tradicionais não irão desaparecer, mas tendem a diminuir. Para manter-se necessário em um mercado de trabalho impactado pela inteligência artificial e pela indústria 4.0 é preciso desenvolver proficiências que as máquinas ainda não são capazes de reproduzir. Uma delas, de acordo com o Fórum Econômico Mundial, é a resolução de problemas complexos. Solucionar situações que envolvam múltiplas variáveis de forma a gerar o melhor impacto possível à empresa é uma das principais funções de um executivo, independentemente do setor de atuação.

Pesquisa realizada pela consultoria Kienbaum apontou visão inovadora como uma das características essenciais para esse tipo de profissional. O poder de observação e a curiosidade são particularidades que podem orientar a construção de um perfil inovador. A capacidade de criar resultados a partir de acontecimentos inesperados aparece mais uma vez como atributo comum em líderes.

Visão multicultural e amplo conhecimento de mundo ajudam a desenvolver a criticidade necessária para se tornar um executivo inovador. Embora a experiência contribua nesse quesito, essas são habilidades que podem ser treinadas desde a graduação. O aluno que é estimulado a olhar um problema por diferentes ângulos tende a ter mais facilidade em replicar esse movimento no ambiente empresarial. A faculdade deve servir, portanto, como sustentáculo da formação analítica do estudante.

A proatividade, habilidade benquista nas empresas, também deve ser trabalhada ainda na faculdade. Tomar a frente das decisões e enxergar caminhos possíveis em momentos desafiadores sempre foi a função primordial de um líder, mas em um cenário de mudanças constantes esse perfil mobilizador torna-se ainda mais importante.

Por parte das empresas, é necessário capacitar gestores para reconhecerem novas ideias e premiá-las. Manter um ambiente que favoreça a criatividade e a autonomia dos funcionários é o primeiro passo para que boas iniciativas prosperem. A eficiência e a lucratividade de uma corporação estão atreladas, cada vez mais, à otimização de processos.

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