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o que é design thinking

Você sabe o que é design thinking? Entenda tudo sobre o assunto!

A forma de consumo sofreu consideráveis mudanças nos últimos anos — principalmente pelo fortalecimento dos pensamentos sustentáveis e, claro, pelo avanço da transformação digital. Os consumidores já chegam ao mercado conscientes do que desejam e da forma como querem o produto ou serviço.

A consequência disso é logo sentida pelas empresas de diferentes setores: elas precisam entender essa nova jornada de compras e as necessidades dos clientes para, então, propor soluções certeiras, trabalhando com tecnologias diversas. O desafio está em como tornar essa ideia em uma realidade escalável. Muitas organizações vão pelo caminho dos achismos e são as primeiras a falhar. Outras, no entanto, buscam pesquisas e testes para chegar a um resultado.

Nesse cenário, existe uma abordagem que tem muito a contribuir para a criação de produtos ou serviços compatíveis com essas demandas — e falaremos a respeito disso neste post. Siga a leitura para saber o que é Design Thinking, seus benefícios e aplicações.

O que é Design Thinking?

Essa abordagem consiste em reunir ideias criativas de todas as pessoas que compõem a criação de um produto: desde as equipes que colocam a mão na massa para torná-los possíveis até o cliente, que tem suas necessidades em relação ao resultado desse processo.

A ideia é que cada pessoa contribua com a sua visão para, assim, tornar o produto mais completo. Dessa forma, o resultado obtido não é apenas algo visualmente agradável e correto na teoria, mas que, no fim das contas, o cliente desaprova por questões de usabilidade.

Podemos dizer, então, que o Design Thinking busca implementar inovações e criatividade nos processos de criação da empresa. Ela funciona por meio de dados, análise de conhecimentos compartilhados e, enfim, as propostas de soluções, como veremos mais adiante. Tudo isso colocando as pessoas no centro das decisões.

Pode ser usada somente no Design?

Ao ver o nome dessa abordagem, muitas pessoas podem pensar que se trata de um conceito aplicável apenas no Design. Porém, na realidade, a proposta é utilizar elementos dessa área para viabilizar soluções mais acertadas em outros setores.

Como funciona na prática?

Agora que você sabe o que é o Design Thinking e os resultados positivos de sua aplicação, consegue imaginar como colocar essa abordagem em prática? Para garantir o sucesso, é preciso entender os pilares, as etapas e como, de fato, ela é aproveitada pelas empresas na rotina de produção — e é isso que veremos a partir de agora.

Os pilares da abordagem

Para colocar o Design Thinking em prática e de forma eficaz, a equipe deve priorizar os seguintes pilares:

  • empatia: nesse momento, os profissionais se colocam no lugar do cliente para entenderem como essa necessidade impacta sua vida, como a solução poderia ajudar e quais são as expectativas dele em relação ao produto ou serviço — dessa forma, é possível não somente atender às demandas, mas surpreender positivamente o público;
  • colaboração: assim como o consumidor conta com uma vivência, cada integrante da equipe pode contribuir com diferentes visões a partir de suas experiências — é possível que algum deles tenha trabalhado em um projeto semelhante e, então, aponte questões que geraram conflitos ou que apresentem potencial inovador (no Design Thinking não há espaço para o individualismo);
  • experimentação: ao propor inovações, os resultados nem sempre são certo — é por isso que as equipes precisam testar as soluções, entender com possíveis erros, incorporar feedbacks e, por fim, transformar todas essas ideias em projetos eficientes (isso evita qualquer desvio de foco no processo).

Os passos do Design Thinking

Tendo esses pilares em mente, torna-se possível aplicá-los nas etapas do Design Thinking. Apesar da ordem estipulada, vale ressaltar que nada impede que elas ocorram de maneira simultânea. Veja, a seguir, quais são esses passos.

Entendimento

Aqui, é preciso aplicar, principalmente, a empatia. Então, a equipe entende o que o consumidor precisa por meio de benchmarking, pesquisas de mercado ou mesmo a análise SWOT (forças, fraquezas, oportunidades e ameaças do produto). É importante não trabalhar com achismos, pois isso vai de encontro aos objetivos dessa abordagem e pode levar ao erro.

Ouvir com atenção é essencial, a fim de não perder nenhuma informação relevante para a criação do produto. Os detalhes ajudam a entender o consumidor de maneira mais ampla e a desmembrar suas necessidades em ações para a solução.

Definição

Com todas as informações coletadas na etapa anterior, chega o momento de fazer sugestões sobre as prioridades de desenvolvimento. É uma das etapas mais desafiadoras do projeto, uma vez que exige dos integrantes uma capacidade de síntese e visão macro de sua atuação para promover a inovação.

Definir as atividades que serão feitas para gerar valor ao consumidor é essencial. Mas a equipe não deve deixar de lado outras tarefas que, apesar de se tratarem muitas vezes dos bastidores da produção, tornam possível todo o projeto. Também é uma etapa desafiadora para que não haja retrabalho lá na frente. Por isso, todas as ideias aqui são válidas.

Idealização

Nessa etapa, a criatividade é mais do que necessária. A equipe deve encontrar as soluções adequadas e aplicáveis às propostas definidas. Apesar de não existir uma única ideia correta, é preciso ter atenção à viabilidade dela no produto final. Vale considerar que, quando há muitas pessoas envolvidas com suas visões diferentes, uma reunião de Design Thinking pode se tornar uma bagunça.

Na idealização, é especialmente importante ter organização para coordenar as ideias e estabelecer certos limites. Como o intuito é direcionar para a próxima fase (a de mão na massa), as reuniões não devem fugir do tópico central, chegando a uma ordem de prioridade das ações.

Prototipação

Em projetos comuns, essa costuma ser a primeira ou segunda etapa: transformar as ideias em um produto. Mas vimos até aqui que, em uma abordagem de criatividade e inovação, é preciso ter um entendimento mais profundo tanto do consumidor quanto de suas expectativas para sugerir soluções.

Mesmo sem saber exatamente quais ferramentas ou tecnologias utilizar, a equipe deve dar início à criação. Pense em um projeto de programação: os desenvolvedores escolhem as linguagens mais adequadas e, a partir de suas vivências na área, o melhor método para chegar a um mínimo produto viável.

Vale ter em mente que um protótipo é algo com que o usuário pode interagir e não apenas entender o conceito. Por isso a definição das prioridades na etapa anterior é tão importante.

Teste

O feedback é uma das características essenciais do Design Thinking. Com base nesse retorno, será possível corrigir quaisquer falhas, propor melhorias na solução e chegar, enfim, a um produto que supera as expectativas do consumidor. É aí que ele entra em cena para oferecer sua contribuição — diferentemente do que acontece em outras abordagens, que têm contato com as críticas somente após o lançamento oficial.

Ao mostrar o protótipo para os usuários, é válido não “entregar o jogo” nesse momento. Criar um mistério sobre funcionalidades para que eles as descubram faz parte da experiência. Nesse caso, pode-se descobrir que uma função que parecia óbvia não funciona da mesma forma para o consumidor. Se tiver mais de um protótipo, mostre todos eles para colher informações sobre as comparações.

Em quais áreas o Design Thinking pode ser aplicado?

Como vimos, essa abordagem vai muito além da área do Design e, hoje, é aplicada em empresas diversas — é o caso das empresas Netflix, Natura, Havaianas, Totvs, entre outras. Mas você sabe em quais setores o Design Thinking pode contribuir? Acompanhe os exemplos que listamos em seguida.

Área de vendas

Esse setor da empresa trabalha diretamente com o público e, logo de início, já é possível entender como a empatia proposta é benéfica para os profissionais. Quando eles vão em busca de conhecer a persona para quem o produto ou serviço é ideal, conseguem se aproximar bem mais dela.

Além das formas de pesquisa que mencionamos, os vendedores ainda podem olhar para os dados da organização. Possivelmente, trabalham com um CRM que contém informações valiosas sobre clientes conquistados e sua trajetória de compra. A equipe, então, deve chegar a formas de abordagem certeiras e propostas de venda que serão irrecusáveis. Por fim, os feedbacks servem para o desenvolvimento pessoal e profissional.

Recursos Humanos

A inovação também deve estar presente no setor de Recursos Humanos. Afinal, da mesma forma que o consumidor mudou, os profissionais também conquistaram autonomia no mercado. Para que a empresa consiga recrutar os melhores talentos, deve oferecer propostas vantajosas em relação à concorrência e sustentáveis a longo prazo — não vale atrair o candidato com falsas promessas, é claro.

Mas não apenas para atrair os profissionais, o Design Thinking pode ser utilizado pelo RH para manter a satisfação de seus colaboradores. Assim, uma opção é se unir às lideranças para entender essas pessoas, sugerir benefícios para a melhoria da produtividade e colher feedbacks sobre o negócio como um todo.

Setor financeiro

Por envolver números, muitas pessoas podem encontrar dificuldade em levar a inovação para o setor financeiro. Porém, sem as boas intenções, não existiriam os bancos digitais que minimizam a necessidade de filas e tornaram a vida das pessoas bem mais fácil, não acha?

Com o Design Thinking, esse setor pode ofertar ainda mais agilidade tanto para clientes externos, como é o caso dos bancos, quanto para os internos. Para isso, uma sugestão é que se integrem a equipes de Marketing, Tecnologia, Vendas e assim por diante para chegar a um entendimento maior do público e soluções adequadas.

Educação

O Design Thinking também pode estar presente em escolas de Ensino Básico ou Superior. Essa é uma forma de levar criatividade e inovação para reuniões antigamente chamadas de conselhos de classe. Isso contribui para melhorar as propostas pedagógicas e metodologias de ensino escolhidas, entendendo se elas realmente são produtivas para os estudantes.

Nesse caso, os próprios alunos e seu núcleo familiar são o público-alvo da compreensão. Assim, a equipe pedagógica (composta por professores, diretores e outros profissionais) se reúne com estudantes de diferentes níveis ou turmas para coletar feedbacks e propor um aprendizado de acordo com suas expectativas, que os ajude a focar nos estudos.

Quais são os benefícios do Design Thinking?

Viu só quantos segmentos podem utilizar o Design Thinking em suas estratégias de crescimento? De fato, os benefícios vão muito além da organização de processos da empresa. Confira os principais.

Desenvolvimento dos participantes

Quem integra as equipes do Design Thinking tem uma rotina bem mais produtiva e engajada. Isso porque suas tarefas são postas à mesa pelos líderes e os profissionais sabem o que precisam fazer para contribuir. Isso sem falar que se sentem ouvidos e que suas ideias verdadeiramente importam nas tomadas de decisão. O mesmo não acontece, por exemplo, quando um gestor define tarefas e somente as distribui.

Além disso, os colaboradores ainda têm a chance de desenvolver competências importantes, como o raciocínio rápido, pensamento estratégico e o intraempreendedorismo — que é a capacidade de empreender dentro da sua atuação em uma empresa, a fim de melhorar seu desempenho.

Investimento na comunicação

Um dos desafios de empresas com uma cultura digital é o desalinhamento da comunicação. Com tantas ferramentas à disposição, pensam sempre que suas ideias são compreensíveis o bastante e não necessitam de um contexto. Como resultado, os colaboradores podem seguir caminhos que, muitas vezes, não estão em consonância com os ideais da organização.

Também acontece de eles terem excelentes ideias, mas que, se não comunicadas de maneira correta, podem se anular. Então, perdem tempo no desenvolvimento de soluções que não servirão, de fato, ao propósito do projeto ou negócio.

Porém, esse não é um problema com o Design Thinking, que propõe diálogos e uma comunicação mais próxima. Ao envolver todos nesse modelo, o aprendizado pode ser aplicado em outras áreas de atuação. Logo, começam a adotar a documentação de informações, follow-up de reuniões e assim sucessivamente.

Criação ou fortalecimento da cultura

Por falar em cultura, esse é outro dos campos que se beneficiam da abordagem. Com uma comunicação fortalecida entre os integrantes de um time e até mesmo entre diferentes equipes da empresa, esses relacionamentos podem acontecer com base em princípios que movem o negócio.

Se a organização não tem uma cultura preestabelecida, pode criar a partir da percepção dos colaboradores e com a ajuda do Design Thinking. Caso já exista, é possível potencializar seus conceitos durante as reuniões.

Melhora na liderança

Não só os gestores ganham com as propostas do Design Thinking. Da mesma forma, os colaboradores podem desenvolver a própria liderança, por exemplo. Mais adiante, o fortalecimento dessa competência contribui para o planejamento de carreira — em especial aqueles que pretendem conquistar cargos de gestão ou de especialista.

Aproximação de público e empresa

Como a ideia é levar o cliente para o centro das decisões, não apenas a compreensão do público é beneficiada. O atendimento também pode ser mais personalizado, rápido e ciente das dores dessa persona. Com isso, há mais chances de se criar uma identificação do público com a marca ou produto criado quase que sob medida.

Redução custos

Empresas de grande porte não veem problema em contratar consultorias para encontrar soluções para determinados problemas. Porém, essa não é uma realidade escalável. Ao trazer todos os colaboradores para pensar nesses recursos, é possível obter a mesma compreensão das demandas que profissionais de fora poderiam propor.

Vimos também que o Design Thinking ajuda no engajamento dos funcionários, certo? Isso também representa redução nos custos com desligamentos prematuros e o turnover. Como consequência, eles vestem a camisa e se sentem participativos.

Qual é a importância para a área de computação?

Nada mais justo do que a própria área de tecnologia ser a principal beneficiada de suas inovações, não é mesmo? Por isso, os desenvolvedores têm muito a ganhar com o Design Thinking. Veja, a seguir, quais são os principais ganhos dessa abordagem para os profissionais da computação, que proporcionam um destaque no mercado de trabalho.

Uso da Design Sprint

A Design Sprint é uma das aplicações do Design Thinking e pode ser entendida como uma “receita de bolo”. As equipes de desenvolvimento, nesse caso, utilizam a semana toda para, em cada dia, pensar uma parte do projeto. O objetivo é conquistar soluções não apenas eficientes, mas também rápidas e alinhadas com sua atuação.

As etapas, como podemos ver, são semelhantes às do Design Thinking. Confira um exemplo prático:

  • compreensão: no primeiro dia da semana, as reuniões têm o intuito de mapear o problema e, então, definir aquela área que necessita de uma atenção maior — um exemplo pode ser a criação de um aplicativo para usuários, que precisará da ajuda do desenvolvedor mobile, do programador full stack ou um front-end e back-end etc.;
  • idealização: aqui, há um brainstorming com as mais diversas ideias, desde as conservadoras até as inovadoras ao extremo — em nosso exemplo, os integrantes falam sobre o que acham necessário inserir no aplicativo, como os botões clicáveis, caminhos de uso, cores e assim por diante;
  • decisão: de todas as ideias da etapa anterior, o terceiro dia é dedicado e definir quais delas são aplicáveis e podem fazer a diferença no produto — que, no caso, é o aplicativo;
  • protótipo: chega, então, o momento de começar a criar e prototipar — é aqui que os desenvolvedores esboçam cada detalhe de usabilidade do produto, de modo a permitir a etapa seguinte;
  • teste: por fim, o último dia conta com a presença de possíveis usuários finais — se a empresa é de soluções de aprendizado, por exemplo, o aplicativo pode trazer o desenvolvimento de games para as salas de aula, e os convidados (professores, diretores, pais de alunos etc.) testam se realmente será uma aplicação útil.

Na prática, é bem diferente e mais intenso do que uma Sprint normal, em que, geralmente, cada desenvolvedor pega uma tarefa para trabalhar. Nesses casos, os objetivos já foram definidos e o processo torna-se mais lento, o que não é o caso da Design Sprint.

Obtenção de respostas

A rotina de um Engenheiro de Computação, muitas vezes, envolve as Sprints, que mencionamos no tópico anterior. Em geral, ele costuma ter alguns dias para resolver sozinho um problema relacionado ao projeto em que está trabalhando. Se tem algum bloqueio ou não sabe como solucionar esse empecilho, pedem ajuda a algum colega ou pesquisam nos fóruns de desenvolvedores.

Muitas vezes, a solução para aquele problema depende apenas de uma visão — o que, mais adiante, pode não ser o que o usuário precisa e, assim, gerar retrabalho. Com o Design Thinking e várias óticas sobre o projeto, esse não é um desafio para as equipes de TI.

Diferencial competitivo

As empresas querem bons resultados e, para isso, podem sobrecarregar os colaboradores com a urgência das soluções. Imagine o quanto você se torna decisivo quando sugere o Design Thinking para a produção? Certamente, os processos são beneficiados, e os profissionais têm mais autonomia em sua atuação.

Além disso, ao estudar essa abordagem, você trabalha o mindset de criatividade e da empatia, podendo aplicá-lo em diversas áreas de sua carreira. Essas são competências bastante apreciadas pelo mercado de trabalho — que, inclusive, as considera algumas das principais características de um bom profissional.

Compreensão mais ampla dos usuários

Ainda na ideia do trabalho mais individual, muitos desenvolvedores podem não entender, de fato, as necessidades do cliente. Como utilizam funções e outros elementos da matemática em seu cotidiano e ao estudar Engenharia de Computação, a tendência de optarem por soluções completamente lógicas é bem maior. Mas sabemos que o lógico para eles nem sempre é tão simples assim para os usuários, certo?

Com as noções de empatia e a colaboração de colegas de equipe no processo, todos conseguem entender melhor essas necessidades. Assim, as propostas se tornam mais certeiras, e a experiência do usuário é potencializada. Para a empresa, significa melhores resultados e a confiança de que existem colaboradores de excelência em seu quadro de funcionários.

Saber o que é Design Thinking é fácil. O seu desafio a partir de agora será aplicar seus conceitos no próprio dia a dia para se habituar a ele — quem sabe em um breve futuro poderá fazer a diferença em uma empresa com suas ideias? Se a sua carreira ideal se encontra na computação, não deixe de investir nas fontes certas de conhecimento e continuamente na atualização. Afinal, a Engenharia de Computação contribui para a inovação.

Nesse ponto, a ESEG tem muito a contribuir para sua formação profissional. Veja como essa faculdade de Engenharia de Computação em São Paulo é o que você precisa para o sucesso.

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