Por que os Estados Unidos não usam urnas eletrônicas nas eleições?
Os Estados Unidos tiveram o último dia das votações presidenciais na terça-feira, 4 de novembro de 2024. Existem diversas diferenças entre os sistemas de voto do Brasil e dos EUA, e um dos principais para a população é o uso da urna eletrônica.
Na maior parte do território, os EUA adotam o uso de urnas clássicas, com preenchimento ou perfuração de cédulas de eleição. Alguns lugares usam urnas eletrônicas, mas elas pouco têm a ver com brasileiras.
Além disso, embora eles tenham o “dia da eleição”, nos Estados Unidos é possível começar a votar semanas antes, tanto em estações de voto quanto pelos correios. Uma parte da explicação disso é herança cultural, e outra que a votação é sempre terça-feira (e não é feriado).
++ Leia mais: Entenda o que é OAB e por que ela é tão importante para o Direito
Uso das urnas eletrônicas
Brasil
No Brasil, estamos acostumados com o uso das urnas eletrônicas. Há quase 30 anos o sistema unificado e federal. A ideia é que isso agilize a apuração dos votos, além de garantir votações íntegras e diminuir risco de fraudes.
Índia
Na Índia, um dos países mais populosos do mundo, a urna eletrônica também é amplamente adotada. Por lá, eles usam máquinas chamadas EVM (Electronic Voting Machine), que registram o voto em uma urna segura e, em alguns casos, gera comprovantes físicos.
Votação nos EUA: papel é prioridade
Não existe um motivo específico para os EUA manterem quase exclusivamente a votação em papel. O país tentou, durante os anos 1970 e 1980, implementar votações eletrônicas (cerca de 20 anos antes do Brasil implementar urnas eletrônicas).
Porém, por lá, cada distrito escolhe a maneira que disponibilizará urnas. Assim, havia uma grande variedade de tipos de urna, o que dificultava a implementação em larga escala e a facilidade de voto do eleitor. Embora ainda existam urnas eletrônicas nos Estados Unidos, a ideia nunca “pegou”.
++ Gostou do conteúdo? Veja mais publicações do nosso blog
Votação nos Estados Unidos é totalmente manual?
Embora os EUA não usem muitas urnas eletrônicas, não significa que não usam tecnologia. Inclusive, a maior parte dos votos é feita em papel e computada por meio de scan da cédula.
Votação antecipada e por correio nos Estados Unidos
Uma questão curiosa e importante sobre as eleições nos EUA é a possibilidade de votos antecipados e por correio. Inclusive, esses são amplamente utilizados.
- Em 2020, 158 milhões de pessoas votaram antecipadamente. Devido à Pandemia de COVID-19, esse foi um aumento expressivo, mas abriu portas.
- A um dia do dia da eleição de 2024, estima-se que quase 80 milhões de pessoas votaram antecipadamente nos EUA – metade do número da Pandemia.
Algumas vantagens desse sistema são acesso a pessoas com mobilidade reduzida, comodidade para o eleitor, maior tempo disponível para contagem e garantia de tempo disponível
++ Direito: tudo o que você precisa saber sobre o curso
EUA usa urnas eletrônicas?
Embora a maioria dos locais dos EUA use urnas de papel, existem, sim, urnas eletrônicas nos Estados Unidos. É a minoria: apenas cerca de 20%. Uma parte dessas urnas, ainda, pode imprimir votos para auditorias ou recontagens. Estima -se que, no fim, 98% dos votos terão registro em papel.
Existem diversos motivos para os EUA preferirem não usar urnas eletrônicas, como:
Há uma série de razões pelas quais os EUA ainda não implementaram as urnas eletrônicas em nível nacional:
- Descentralização Eleitoral: nos Estados Unidos, cada estado possui autoridade no sistema de votação, e a implementação de urnas eletrônicas exigiria uma coordenação complexa entre os 50 estados.
- Segurança Cibernética: a preocupação com ataques cibernéticos e a proteção de dados pessoais são fortes razões para a preferência por sistemas de papel, que deixam um rastro físico para auditorias.
- Confiança na Cédula de Papel: mais hábito do que qualquer coisa, muitos estadunidenses veem a cédula em papel como mais segura por permitir recontagens manuais e ser menos vulnerável a manipulações tecnológicas.
Urna eletrônica é confiável?
Embora enfrentam críticas, as urnas eletrônicas têm sido um símbolo de eficiência no Brasil. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) realiza auditorias e testes para garantir a confiabilidade do sistema, reforçando a segurança contra fraudes e vazamento de dados. A transparência do sistema brasileiro é exemplo para muitos países que consideram adotar a tecnologia.
Siga a Faculdade ESEG, do Grupo Etapa nas redes sociais: