Entenda o que faz um desenvolvedor full stack e como se tornar um
A demanda atual por profissionais multidisciplinares é clara em diversas áreas — especialmente na Tecnologia da Informação (TI). Na parte de criação, o desenvolvedor full stack tem se destacado por conseguir atuar em front-end e back-end.
Esse profissional é capaz de receber, entender e entregar um projeto completo. Atuar nesse setor significa sair da zona de conforto e aprender novas habilidades o tempo todo. Por isso, se você gosta de trabalhar em horários flexíveis, empregos criativos, engajados e com boa remuneração, a carreira em tecnologia full stack pode ser a ideal.
Continue a leitura e saiba mais.
O que é um desenvolvedor full stack?
O desenvolvedor full stack é capaz de trabalhar com toda a pilha de desenvolvimento de um projeto. Além de conseguir atuar com o font-end e o back-end, esse profissional também pode contribuir em todas as etapas e partes de um sistema, como o servidor e o banco de dados.
Um dos principais diferenciais para os desenvolvedores full stack é conseguir trabalhar também com desenvolvimento mobile, já que essa área está cada vez mais presente nas empresas — principalmente em startups. Em muitos casos, esse conhecimento é uma vantagem competitiva expressiva para o profissional.
O que faz o profissional dessa área?
Além de desenvolver as funcionalidades dos sistemas, em algumas organizações, o desenvolvedor full stack é responsável por levantar os requisitos junto aos clientes. Então, também é importante que ele consiga compreender as regras do negócio no qual o projeto está inserido, identificando as demandas e necessidades.
Após definir o que precisa ser feito, esse profissional deve iniciar o desenvolvimento da solução. Algumas empresas também têm equipes que são especializadas em determinado setor. No entanto, isso não impede que o desenvolvedor full stack saiba o que acontece ali e seja capaz de participar dos processos e trabalhar em conjunto.
Já em outras companhias, ele é o responsável por desenvolver os projetos do início ao fim e por executar as futuras evoluções e manutenções do plano. Sempre que houver algum problema complexo ou dúvida muito específica, nada impede o profissional de recorrer a alguém mais experiente naquele assunto.
Qual o perfil do desenvolvedor full stack?
Além de querer trabalhar com tecnologia e ter conhecimentos técnicos específicos, o desenvolvedor full stack deve ter algumas características que ajudam no seu dia a dia. Você imagina quais são elas?
Curiosidade
Esse profissional deve sempre estar curioso e não se acomodar. É importante ter interesse constante em buscar novas soluções e aprender com os outros a sua volta.
Por trabalhar em uma área multidisciplinar, o desenvolvedor full stack não pode destinar toda a sua atenção a um único assunto e deve saber a hora de parar uma determinada ação e partir para a próxima. Isso requer paciência e bom controle de foco.
Atualização constante
Capacidade de entender diferentes ambientes profissionais e sede por conhecimento são características essenciais de um desenvolvedor full stack. As fábricas de software e as agências de comunicação no Brasil ainda trabalham de forma linear, seguindo um modelo de linha de produção.
Nesses casos, os produtos passam por diferentes setores e especialidades até serem concluídos. Agora, a tendência é que o mercado de desenvolvimento faça combinações menos lineares. Em outras palavras, com equipes enxutas e que concentram mais interdisciplinaridade e conhecimento. Por isso, é importante sempre se manter atualizado.
Proatividade
Por ser o profissional que entende toda a estrutura de desenvolvimento, ele deve ser proativo para indicar um possível problema ou sugerir a solução mais adequada. O full stack transita em múltiplos projetos, apoiando cada um deles, protegendo processos e produtos e dedicando parte do seu tempo a solucionar dúvidas.
Também é importante participar ativamente do dia a dia da empresa e se relacionar bem com as equipes. Dessa forma, torna-se possível ser um ponto de apoio do setor de desenvolvimento como um todo.
Senso crítico
Por atuar com várias áreas do conhecimento (não somente nos dois ramos do desenvolvimento web), é importante que o full stack tenha um senso crítico elevado e capacidade de tomar uma decisão inteligente. Isso também vale para outras profissões, mas é fundamental para esse profissional.
Trabalhar nas duas áreas do desenvolvimento web
Essa característica é a principal e praticamente define o desenvolvedor full stack. Assim, ser capaz de atender às demandas do back-end (implementação, banco de dados e servidor) e front-end (UX, interface etc.) é essencial. Para o front-end é importante ter conhecimento nas linguagens JavaScript, CSS e HTML. Conhecer frameworks como Angular 2 React.js também é um diferencial.
Já para o back-end, é extensa a gama de linguagens e, nesse caso, o conhecimento é mais específico. Alguns exemplos incluem Node.js, React, Express.js e Java, que criam aplicações orientadas por banco de dados não relacionados. Isso abre muitas portas, pois essas tecnologias apresentam muita demanda.
Saber lidar com pessoas de várias áreas
O programador está acostumado a trabalhar com pessoas de diferentes áreas. No entanto, isso se torna mais válido para o desenvolvedor full stack, já que é necessário lidar com atendimento, suporte, pessoas do comercial e executivos para atender às demandas e criar uma nova solução.
Essas são algumas das habilidades esperadas de um desenvolvedor full stack. E já que são habilidades, podem ser desenvolvidas por qualquer pessoa. Caso você tenha interesse na carreira, é preciso considerá-las para o seu desenvolvimento profissional.
Como é o mercado de trabalho para a área?
O Brasil não tem profissionais de desenvolvimento capacitados o suficiente para atender toda a demanda. Para se ter uma ideia, 7 dos 10 cargos mais difíceis de se preencher no mercado são de tecnologia, de acordo com uma pesquisa da Indeed.
Por isso, sobram vagas para quem se habilita a trabalhar com full stack e tem as competências necessárias para atender aos negócios. Existem oportunidades de trabalho tanto em pequenas empresas locais quanto em grandes organizações multinacionais.
Além disso, o profissional pode abrir a própria empresa e buscar seus próprios clientes. Como tem pleno conhecimento de front-end e back-end, é possível desenvolver sistemas menores sozinho. Por isso, empreender na área também é uma boa oportunidade.
Como se tornar um desenvolvedor full stack?
A melhor forma de se tornar um desenvolvedor full stack é fazendo um curso de Engenharia de Computação. Essa graduação ampla e completa prepara o profissional para atender demandas complexas vinculadas à área de tecnologia. Por meio de aulas teóricas e práticas, visitas técnicas e estímulo à pesquisa, você vai desenvolver o conhecimento básico para atuar na área.
Alguns dos assuntos que você deve dominar estão listados a seguir. Veja.
Programação
Aprender as linguagens de programação é muito proveitoso na carreira de qualquer profissional de full stack. É fundamental saber HTML, entender as noções de posicionamento e nuances do CSS, além de conhecer as principais ferramentas do JavaScript para front-end. Por isso, a graduação na área é tão importante, pois dá todo o apoio técnico para o futuro desenvolvedor.
Noções de usabilidade
Conhecer sobre User Experience e saber como aquela nova ferramenta vai ser utilizada pelo usuário final é essencial para qualquer desenvolvedor full stack. Isso ajuda a tomar decisões acertadas que envolvam usabilidade.
Banco de dados
Trabalhar com banco de dados é uma necessidade no dia a dia. E isso não significa apenas saber o básico, mas também dominar técnicas avançadas e complexas, além de entender como funcionam os mecanismos de indexação disponíveis.
Por isso, você pode aproveitar o tempo de graduação para aprender Oracle, PostgreSQL, MySQL ou qualquer outro servidor de banco de dados que será utilizado no futuro.
Desenvolvimento back-end
Neste caso, a gama de opções e de linguagens é enorme, principalmente para quem quer aprender front-end. Se você nunca teve contato com uma linguagem back-end, é muito importante iniciar por uma linguagem em que a curva de aprendizado seja mais tranquila, como Ruby e PHP.
Após se sentir confortável, é possível partir para novos paradigmas e linguagens, como ASP.NET e Java, se aprofundando posteriormente.
Mobile
Este é um grande diferencial, já que cada vez mais as companhias têm adotado os apps mobile. Saber como são as estruturas e como funcionam esses aplicativos para as principais plataformas também é importante.
Na maior parte dos projetos, eles se integram com um back-end. Logo, o conhecimento desses dois mundos pode ser essencial para a carreira. Você pode começar aprendendo iOS ou Android, mas caso tenha uma familiaridade maior com JavaScript, CSS e HTML, também pode optar por aprender Cordova ou Ionic, que por meio de um HTML, geram aplicativos para as plataformas mobile.
Infraestrutura, cloud e devops
Se você trabalha com front-end, é essencial ficar por dentro da infraestrutura, como, por exemplo, ter conhecimento de que com HTTP2 é possível ter vários recursos para as páginas ficarem mais rápidas. Além disso, também é importante saber como disponibilizar e configurar para o usuário final.
Já para quem trabalha com back-end, preparar o terreno para o deploy e montar um servidor de aplicação é uma tarefa bastante comum nos projetos e que fica a cargo dos desenvolvedores.
Assim, entender como funcionam os tipos de serviços de cloud e como automatizar o processo de montagem de ambientes é fundamental para se dar bem na carreira.
O desenvolvedor full stack deve ter agilidade para participar das diversas fases de um projeto. Esse profissional pode até se tornar uma peça chave, pois tem conhecimento especial sobre o programa e sabe como cada etapa deve ser pensada e executada para um melhor resultado. Esse é um dos principais diferenciais para a sua própria valorização e crescimento na carreira.
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