Economia
   
O Brasil anunciou mais uma reforma econômica - mas, o que isso significa e quais são as principais consequências?
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Reforma econômica no Brasil: entenda mudanças e consequências

Por professor Caio Andrade, da ESEG

O Brasil passou por uma série de reformas e transformações legislativas na última década, com o objetivo de equilibrar os gastos públicos e tornar a economia do país mais estável. Essas iniciativas, conhecidas como reformas econômicas, atingiram diversas áreas: trabalhista, previdenciária e tributária. 

Mas quando falamos em “reforma econômica”, o que realmente significa? E quais são as consequências?

O que são reformas econômicas?

Em geral, reformas econômicas são mudanças legislativas com objetivos econômicos, ou seja, mudam-se as leis para tentar, de diferentes formas, melhorar a economia do país. 

Reformas econômicas envolvem mudanças nas leis e políticas públicas com o objetivo de modernizar a economia, reduzir custos para o governo e atrair investimentos. Abaixo, exploramos as principais reformas realizadas no Brasil, além de detalhes sobre a mais recente reforma tributária, que promete alterar significativamente o panorama fiscal do país.

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Reforma trabalhista (2017): modernização e mais empregos

Aprovada em 2017, a reforma trabalhista buscou flexibilizar a legislação trabalhista, a fim de se adaptar às demandas do mercado e gerar mais empregos, principalmente formais (com carteira assinada). 

Principais mudanças:
  • Regulamentação do home office, modalidade que não tinha respaldo nas leis trabalhistas;
  • Introdução do trabalho intermitente, permitindo maior flexibilidade nas contratações;
  • Redução da obrigatoriedade de contribuições sindicais.

Embora tenha enfrentado resistência, muitos especialistas concordam que a reforma trabalhista contribuiu para a redução do desemprego e aumento da competitividade no mercado de trabalho no Brasil.

Reforma da previdência (2019): sustentabilidade do sistema

A reforma previdenciária de 2019 trouxe mudanças estruturais para garantir a sustentabilidade econômica do sistema de aposentadorias diante das transformações demográficas do Brasil. Na época, a reforma gerou muita polêmica – mas é importante discutir tais pontos em períodos de mudança demográfica. 

Destaques da reforma:
  • Estabelecimento de uma idade mínima para aposentadoria: 62 anos para mulheres e 65 anos para homens;
  • Valorização das contribuições prolongadas, vinculando o valor da aposentadoria ao tempo de serviço;
  • Regras de transição para trabalhadores próximos da aposentadoria.

Essas mudanças são vistas como essenciais para evitar o colapso financeiro do INSS, especialmente em um cenário de aumento da expectativa de vida e redução da taxa de natalidade. Como explicou o professor, 

No Brasil, a expectativa de vida é cada vez maior e nascem relativamente menos pessoas do que em décadas anteriores. Assim, ao longo do tempo, teríamos menos pessoas contribuindo para o INSS em relação à quantidade de aposentados, e isso tornaria o sistema previdenciário economicamente insustentável. Foi necessário mudar as regras para estabelecer idades mínimas de aposentadoria, vinculando o valor das aposentadorias ao tempo de contribuição.

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Reforma Tributária (2023): Simplificação e Competitividade

A mais recente reforma econômica brasileira, aprovada em 2023 e atualmente em fase de implementação, foca na modernização do sistema tributário, há décadas considerado um dos mais complexos do mundo.

A reforma tributária tem três objetivos principais:
  1. Simplificação: unificar tributos federais, estaduais e municipais em um modelo único baseado no IVA (Imposto sobre Valor Agregado);
  2. Aproximação aos padrões internacionais: tornar o sistema brasileiro mais competitivo e alinhado com práticas de países desenvolvidos;
  3. Neutralidade fiscal: garantir que a carga tributária não aumente, mantendo equilíbrio entre arrecadação e gastos públicos.

A reforma tributária busca reduzir a complexidade da cadeia tributária, tornando-a mais previsível e simples para empresas e consumidores. Por sua vez, isso diminui o custo das empresas com burocracia fiscal, incentiva investimentos estrangeiros e aumenta a transparência no recolhimento de impostos. Espera-se alcançar, assim, a neutralidade da carga tributária com intuito não de reduzir ou aumentar impostos, mas tornar o sistema tributário mais simples.

Contexto atual da reforma econômica no Brasil

A implementação da reforma tributária ocorre em um momento crucial para o país. O governo enfrenta o desafio de consolidar as contas públicas, controlar a inflação e estimular o crescimento econômico. Há, ainda, pressão por maior previsibilidade no ambiente de negócios, especialmente em um cenário global de incertezas econômicas.

Ao mesmo tempo, o governo busca estabelecer um equilíbrio entre cortes de gastos e investimentos em áreas prioritárias, como saúde, educação e infraestrutura. Essa combinação de fatores torna a reforma econômica fundamental para o futuro do país.

Consequências das reformas econômicas

Embora cada reforma tenha objetivos específicos, compartilham um impacto comum: promover eficiência econômica e reduzir custos do governo. No entanto, mudanças trazem desafios, como a necessidade de adaptação por parte de empresas e cidadãos.

As principais consequências observadas incluem:

  • Maior formalização no mercado de trabalho graças à reforma trabalhista;
  • Sustentabilidade do sistema previdenciário, assegurando benefícios futuros;
  • Melhoria no ambiente de negócios com a simplificação tributária atraindo mais investimentos.

Por outro lado, algumas reformas geraram descontentamento em setores específicos da população, evidenciando a necessidade de ajustes contínuos para mitigar impactos negativos.

Importância das reformas econômicas

Embora tratem de setores diferentes, as reformas possuem semelhanças: a partir de mudanças nas leis, espera-se melhorar a performance do setor público, diminuir os custos para o Estado e, consequentemente, gerar um impacto de crescimento econômico ou, pelo menos, de maior estabilidade econômica.

Apesar de gerarem discordâncias políticas, reformas são necessárias, pois as leis e regras precisam ser adequadas aos novos desafios e contextos sociais e econômicos do país. Da mesma forma, no caso brasileiro, é importante adequar nossas instituições aos padrões internacionais, especialmente às políticas públicas praticadas nos países desenvolvidos. 

A atual reforma econômica, centrada na modernização tributária, é um passo importante nesse processo, mas exigirá monitoramento constante e ajustes para alcançar seus objetivos de forma equilibrada. Com uma economia mais estável e transparente, o Brasil poderá enfrentar melhor os desafios futuros e oferecer melhores condições de vida.

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