Política Fiscal: o que é, como funciona e suas consequências
Por professor Caio Andrade, da ESEG
A política fiscal é um dos pilares fundamentais para a administração de um país pois define como o governo gerencia recursos e atende às demandas populacionais. Mas, o que é política fiscal e quais são suas consequências para a economia e a sociedade? Vamos explorar este tema essencial mantendo o foco em seus impactos diretos no dia a dia do cidadão.
O que é política fiscal?
Quando falamos em política fiscal, nos referimos, basicamente, a como o governo organiza seus gastos. Governos em todo o mundo possuem uma série de demandas e obrigações, muitas delas previstas por lei: cuidar do sistema de saúde, educação, meio-ambiente, aposentadorias, salários dos funcionários públicos, subsídios para alguns setores empresariais e até financiamento de atividades culturais.
A organização da política fiscal pode ser feita de maneira mais ou menos eficiente, dependendo de como o governo aloca recursos e estabelece prioridades. Porém, existe sempre a chance de um desequilíbrio fiscal que pode gerar consequências sérias para o país.
++ Tem vontade de fazer intercâmbio? Conheça o departamento internacional da ESEG!
Desequilíbrio de política fiscal
Se um governo gasta mais do que arrecada, ou seja, se os recursos alocados pelo Estado forem maiores do que a arrecadação em impostos, o governo ficará em déficit e precisará expandir a dívida pública. Praticamente todos os governos do mundo possuem algum grau de dívida pública, isto é, vendem títulos públicos prometendo reembolsar os compradores, com juros, após o vencimento.
Em geral, “emprestar” para o governo é um investimento seguro, pois é muito difícil um governo ir à falência”. No entanto, se a dívida do governo aumenta muito, o mercado percebe um risco e isso pressiona o aumento dos juros. Com juros altos, além do custo da dívida aumentar, pode haver escassez de crédito e ficar cada vez mais caro para empresários contraírem empréstimos com bancos e financiarem seus investimentos, gerando um efeito em looping.
Resumindo, quando um governo gasta demais, muito acima do que arrecada, podem haver sérias consequências para a economia do país e para a população em geral.
Consequências de uma política fiscal desequilibrada
Se a dívida pública cresce descontroladamente, as consequências podem ser severas. Entre os principais impactos estão:
- Aumento da taxa de juros:
Com uma percepção de risco mais alta no mercado, os juros podem disparar e encarecer o crédito – tanto para o governo quanto para os cidadãos. Isso dificulta o acesso das empresas e cidadãos a financiamentos, limitando investimentos e consumo e prejudicando o crescimento econômico. - Desvalorização da moeda e aumento do dólar:
Com uma dívida pública muito alta, os investidores estrangeiros acreditam que o país não é um bom lugar para investir. Isso gera a chamada fuga de investimento, resultando em uma escassez de dólares no país e desvalorizando a moeda nacional. Esse movimento encarece produtos e insumos importados, pressionando a inflação. - Inflação e perda do poder de compra:
O excesso de gastos públicos pode contribuir para o cenário de aumento da inflação, o que afeta negativamente o poder aquisitivo da população, especialmente das classes mais vulneráveis.
Como gerenciar crises fiscais?
Quando uma crise fiscal ocorre, o governo precisa reavaliar suas prioridades e buscar alternativas para reduzir despesas sem prejudicar significativamente serviços públicos e seguir cumprindo demandas sociais e econômicas. É necessário estabelecer prioridades e passar um “pente fino” nos gastos para analisar onde é possível com menos impactos sociais.
Algumas estratégias incluem:
- Corte de gastos ineficientes: identificar áreas com desperdícios e redirecionar recursos para setores prioritários.
- Maior eficiência nos serviços públicos: garantir resultados positivos para investimentos realizados, mesmo com recursos limitados.
- Credibilidade da política fiscal: para recuperar a confiança do mercado, é fundamental adotar medidas responsáveis e transparentes e alinhadas com o equilíbrio das contas públicas.
++ Economia: tudo o que você precisa saber sobre o curso
Por que a política fiscal importa?
Uma política fiscal bem planejada é essencial para garantir estabilidade econômica e social. Governos capazes de equilibrar receitas e despesas promovem crescimento sustentável e asseguram a continuidade dos serviços públicos, evitando impactos negativos para a população.
Por outro lado, a falta de controle nas contas públicas pode desencadear crises econômicas, inflação descontrolada e precarização dos serviços básicos. Assim, compreender o que é política fiscal e estar atento às suas consequências é fundamental para acompanhar a saúde econômica de um país.
A Economia é um dos maiores pilares da sociedade. Entender como tudo funciona é uma das funções mais relevantes – e o economista não deve perder sua importância no futuro. Afinal, ele é extremamente capacitado para entender as mudanças econômicas e sociais que não param de acontecer no Brasil e no mundo.
Aqui na Faculdade ESEG, do Grupo Etapa, trabalhamos para formar economistas completos, alinhados à atualidades e melhores técnicas do mercado, além de capazes de desenvolver a melhor carreira possível. Conheça nosso bacharelado em Economia clicando aqui.
Siga a Faculdade ESEG, do Grupo Etapa nas redes sociais: