InCor adota calculadora de tempo de sala de cirurgia desenvolvida em TCC da Faculdade ESEG, do Grupo Etapa
Um formando em Engenharia de Produção pela Faculdade ESEG, do grupo Etapa, desenvolveu, como Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), um projeto voltado a otimizar a distribuição de tempo e equipe em salas cirúrgicas durante procedimentos. Em parceria com o InCor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas), o software foi implementado pela instituição médica.
Intitulado “Desenvolvimento de Ferramenta Computacional de Aprendizado de Máquina para a Predição do Tempo para Pacientes Portadores de Cardiopatias Congênitas”, o projeto de final de curso de Lucas Toribio Sanches apresentou a Calculadora de Tempo de Uso de Sala Operatória. O software usa Inteligência Artificial (IA) para analisar dados de pacientes e, assim, calcular quanto tempo cada sala precisará ser dispensada para cada procedimento.
Lucas desenvolveu o trabalho com orientação de João Chang Junior, docente de Engenharia de Produção e professor coordenador do Núcleo de Desenvolvimento da Faculdade ESEG, e com mentoria do Dr. Alfredo Manoel da Silva Fernandes, ex-diretor administrativo do InCor.
Vantagens de Calculadora de Tempo de Uso de Sala Operatória
O InCor foi um dos grandes apoiadores para o desenvolvimento do projeto de Lucas. O hospital procura uma maneira de otimizar serviços – e a calculadora permite melhorar a gestão do tempo nas salas de cirurgia, tarefa complexa e estratégica de equilibrar múltiplas variáveis, como a disponibilidade de equipes médicas, equipamentos e agendas, enquanto se lida com emergências e imprevistos.
Essa organização impacta diretamente a eficiência hospitalar, a experiência do paciente e a sustentabilidade financeira. Mas, com o app desenvolvido, propõe-se revolucionar a forma como o tempo de uso de salas cirúrgicas é calculado e gerenciado, trazendo benefícios práticos tanto para os hospitais quanto para os pacientes.
Como funciona a Calculadora de Tempo de Uso de Sala Operatória
A principal função do aplicativo é calcular o tempo de uso da sala de cirurgia. Com isto, a Calculadora de Tempo de Uso de Sala Operatória pretende trazer dados mais precisos sobre o tempo dos procedimentos cirúrgicos, possibilitando à equipe médica gestão mais adequada do tempo necessário para locação da sala e, consequentemente, melhor organização na fila de pacientes, com reflexo em um melhor rendimento nas cirurgias marcadas.
Desenvolvida por Lucas Sanches, a calculadora é uma aplicação web (aplicativo ou app) que monitora o tempo de uso da sala de cirurgia através de IA, tendo como base informações fornecidas previamente pelos pacientes ao se cadastrarem no aplicativo.
Desafios para o estudante
Para Lucas, o maior desafio do projeto foi relacionado à programação e integração da IA. “Programação é uma área em que eu não tinha experiência, mas me encontrei e gostei muito. Como meu conhecimento não era muito aprofundado, tive que correr atrás de aprender linguagens de programação, entender como funciona e colocar em prática”, destacou o formando de Engenharia de Produção da Faculdade ESEG, do Grupo Etapa.
Sobre a usabilidade da calculadora, o estudante quis deixar a plataforma com o visual mais amigável e intuitivo possível, permitindo às pessoas utilizá-la sem dificuldades. “A interface é bem intuitiva e simples. Ela traz uma tela inicial com todas as informações que devem ser preenchidas sobre o paciente para que a Inteligência Artificial consiga calcular o tempo necessário para utilizar a sala de cirurgia”, detalha Lucas sobre o processo de cálculo.
Desenvolvimento científico em parceria com InCore e professores
A proposta do projeto surgiu de conversas entre o estudante Lucas Sanches e o Prof. João Chang Junior, que realizou trabalhos anteriores junto ao InCor ao lado do então diretor administrativo Doutor Alfredo Manoel da Silva Fernandes.
Dentre as atividades do Núcleo de Desenvolvimento da Faculdade ESEG, o docente ajudou a alcançar diversos marcos importantes, como a publicação internacional Predictors of in-ICU length of stay among congenital heart defect patients using artificial intelligence model: A pilot study. O estudo-piloto explora o uso da IA para prever o tempo de internação em UTI de pacientes com defeitos congênitos no coração, indicando o potencial desta tecnologia como auxílio na gestão hospitalar e na tomada de decisões clínicas.
Segundo o Prof. Chang, a publicação possibilitou a abertura de muitas portas para os estudantes. “Este projeto proporcionou a inscrição de sete alunos da Faculdade ESEG em programas de iniciação científica, via Núcleo de Desenvolvimento da ESEG, na Faculdade de Medicina da USP, ampliando a formação acadêmica e a aplicação prática no campo da inteligência artificial aplicada à área da saúde”, destaca o docente.
Ao relembrar o início, Lucas conta que a ideia inicial do projeto surgiu do Prof. Chang e que trouxe a ele a oportunidade para se desafiar a desenvolver o software. “Em conversa com o Prof. Chang, ele disse que no InCor precisava de algo desse tipo [calculadora] e, se eu tivesse interesse, poderíamos entrar juntos nesse projeto. A parte sobre o hospital partiu dele [a necessidade], mas a parte de IA foi algo que surgiu de minhas ideias”, relembra o aluno sobre o início do projeto.
Implementação da Calculadora de Tempo de Uso de Sala Operatória no InCor
O aplicativo desenvolvido pelo estudante de Engenharia de Produção da ESEG, Lucas Sanches, será implementado nos sistemas do InCor visando solucionar problemas e automatizar o tempo das salas de cirurgia.
Para o ex-diretor do Instituto do Coração Dr. Alfredo Manoel da Silva Fernandes, o impacto esperado com a aplicação desta ferramenta é importante, pois visa otimizar a utilização das salas cirúrgicas. “Há filas de espera para cirurgias eletivas e não há como não buscar otimizar esses recursos disponíveis, além dos custos fixos destas instalações hospitalares serem altíssimos”, explica o especialista.
Sobre a importância das parcerias e oportunidades entre instituições de ensinos e hospitais, Dr. Alfredo enaltece essas colaborações em prol da sociedade. “É um desafio aproximar a academia do prestador de serviços em busca de soluções factíveis em prol da sociedade. Minha expectativa é que estas parcerias contribuam para o desenvolvimento de um produto, no caso, um software, cuja metodologia seja reprodutível para outros desfechos de interesse do gestor hospitalar e de saúde”, reforça.
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