Ensino Superior
   
O que é, como funciona e qual é a importância da educação criativa para a formação dos estudantes da educação básica e do ensino superior.
Educação Criativa

A importância da educação criativa para a formação dos estudantes

Desenvolver a criatividade é fundamental para a melhor aprendizagem em sala de aula, uma vez que os estudantes são estimulados a pensar em soluções inovadoras para os desafios que lhes são apresentados e, consequentemente, a aprofundar o estudo sobre determinado tema.

Fomentar o desenvolvimento de processos criativos no ambiente acadêmico torna-se ainda mais relevante na medida em que o avanço tecnológico e o progresso científico transformam tanto o mundo quanto as dinâmicas da sociedade. Afinal, essas mudanças colaboram para o surgimento de problemas cada vez mais complexos, exigindo que se desenvolvam novas formas de pensar.

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O que é educação criativa?

“Esse tipo de ensino ocorre em três etapas: foco inicial em algum tema instigante; estímulo da imaginação, visando a busca de caminhos para a análise, a conexão e a implementação dos projetos; e o teste de sugestões para verificar sua aplicabilidade. Assim, a educação criativa torna-se capaz de incentivar a geração de novas ideias ou o desdobramento de soluções já estabelecidas, conectando temas aparentemente desconexos, criando laços cognitivos diferenciados e gerando novos olhares a respeito das situações”, explica Victor Reiss, coordenador de Robótica do Colégio Etapa.

“Sem falar que, por meio dessa abordagem, os professores estimulam os estudantes a não receberem os conteúdos de forma passiva, mas sim a compararem as informações novas com seus conhecimentos prévios, por meio de contextualizações, paralelos históricos e interdisciplinares ou até mesmo ressignificando aquilo que, até então, parecia ser uma verdade absoluta. Dessa forma, os discentes saem de um universo sedimentado para se abrir a novos saberes”, destaca Rodrigo Mutuca, professor de Português do Colégio Etapa.

“A criatividade é uma habilidade comportamental e, por isso, tende a ser mais estimulada a partir de métodos de ensino que capacitem os estudantes a adquirirem uma forma diferente de pensar, apresentando soluções para os desafios do cotidiano que vão além do óbvio. E engana-se quem pensa que a educação criativa só serve para os artistas. Cada vez mais, a criatividade se faz presente na indústria, melhorando os resultados dos negócios”, afirma Fernando Jardim, coordenador do Núcleo de Criatividade Aplicada da ESEG – Faculdade do Grupo Etapa.

Como a educação criativa pode ser aplicada na escola?

“Ao trabalhar com a espiral crescente de aprendizagem, nenhuma aula introduz um conceito do zero, uma vez que os tópicos dialogam com noções prévias adquiridas pelos estudantes, de forma a estimulá-los a revisar, questionar e ampliar seus conhecimentos. Por isso, é importante criar um planejamento sistêmico para que a educação criativa possa ser desenvolvida não apenas por um outro professor, mas de modo organizado e fluido por todo o corpo escolar, contribuindo para a melhora do desempenho estudantil”, defende Mutuca.

“Um exemplo de aplicação desse tipo de ensino são as aulas de Robótica, que se baseiam na idealização e na implementação de projetos que exigem um esforço criativo dos estudantes, uma vez que eles precisam analisar um objeto como um todo a partir dos seus componentes. Dessa forma, as crianças e os adolescentes são estimulados a superarem desafios instigantes, a partir da estruturação de processos de observação e de imaginação, para proporem soluções viáveis e inovadoras”, exemplifica Reiss.

“Mas é importante compreender os estudantes dentro dos seus respectivos ciclos e, ainda, os princípios pedagógicos em que a escola se baseia, para tomar decisões adequadas diante de cada contexto. Os discentes menores devem ter sua criatividade incentivada na medida em que vão aprendendo novos conteúdos, enquanto os mais velhos precisam ser estimulados a desenvolver o autoconhecimento e compreender melhor o mundo à sua volta. Dessa forma, eles conseguirão refletir melhor sobre as propostas de intervenção de qualquer problema”, acrescenta Mutuca.

Como a educação criativa pode ser aplicada na faculdade?

“Nos últimos anos, tecnologias como drones, impressoras 3D, máquinas de corte a laser e tornos, por exemplo, têm passado por um processo de barateamento e de popularização que as tornam mais acessíveis. Além disso, atualmente, qualquer estudante pode criar projetos de automatização e de eletrônica com baixo custo, graças ao desenvolvimento de hardware e software livres. E tudo isso tem impacto no ensino superior, pois possibilita que as faculdades desenvolvam laboratórios de inovação, o que, anteriormente, era uma exclusividade dos centros de pesquisa de grandes empresas”, introduz Jardim.

“Dessa forma, os professores podem repassar seus conhecimentos a partir de abordagens mais interativas e, ainda, estimular a cultura maker, que permite a construção de protótipos físicos e funcionais de ideias que antes ficavam apenas no papel”, esclarece Jardim.

“O Núcleo de Criatividade Aplicada da ESEG, por exemplo, tem o propósito de mostrar o talento dos alunos por meio da apresentação de soluções inovadoras que eles propuseram para o mercado e a sociedade. Esse programa, que já contava com os eixos de design thinking¹, experiência do usuário e gamificação, agora possui novas linhas de pesquisa que fazem parte do Projeto Floresta Sem Fim”, finaliza Jardim.

Qual é a importância da educação criativa para a formação dos estudantes?

“A criatividade vem se destacando como uma habilidade valiosa para a resolução de problemas com os quais não estávamos acostumados e para os quais não tínhamos respostas prontas. A pandemia do novo coronavírus, por exemplo, tem enfatizado a demanda por soluções criativas ao transformar a forma como estudamos, consumimos e trabalhamos”, aponta Jardim.

“E o ato de repassar, desde cedo, todo e qualquer aprendizado por meio de processos inovadores permite a condução do conhecimento de um modo muito especial. Isso porque os estudantes que são constantemente estimulados a ter um olhar criativo tendem a formar conexões entre os conceitos que estudam de uma forma mais rica, questionando e aprofundando-se mais nesses tópicos. Assim, toda e qualquer exposição a um assunto novo torna-se um motivo de amplo desenvolvimento cognitivo e, consequentemente, possibilita a transformação profunda dos saberes”, afirma Reiss.

“Vale destacar que a inserção do processo criativo nas aulas deve ser feita de forma múltipla, com estímulo à autonomia, à troca de ideias, ao respeito pelas opiniões diferentes e ao estabelecimento de conexões entre tópicos de várias disciplinas. Assim, os estudantes são incentivados a desenvolverem projetos e a realizarem testes para comprovação ou refutação de hipóteses, enquanto têm contato com os conteúdos de uma maneira mais aprofundada, o que contribui para a diversificação do conhecimento e, consequentemente, para o aumento da criatividade”, completa Reiss.

“Além disso, a educação criativa instiga a curiosidade, uma vez que estimula a busca por conteúdos de áreas do conhecimento que não estão diretamente ligadas à profissão pretendida pelo estudante, mas que podem ajudá-lo a encontrar soluções inovadoras para os problemas ligados ao seu ramo de atuação”, explana Jardim.

“Eu costumo dizer aos meus alunos que um engenheiro que é só engenheiro não pode ser considerado um bom profissional, pois ele tende a apresentar soluções idênticas aos seus colegas de formação similar. Em contrapartida, um candidato com perfil multidisciplinar é mais criativo e, consequentemente, único”, finaliza Jardim.

Gostou dessas informações sobre a educação criativa? Então acesse os sites da ESEG e do Colégio Etapa para descobrir como esse método de ensino é aplicado nas aulas regulares e nas atividades extracurriculares que são oferecidas aos nossos alunos.

*Texto escrito em parceria com o Colégio Etapa.

 

¹Design thinking: abordagem que organiza ideias sobre um mesmo tema a partir do uso de elementos visuais.

 

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