Economia
   
Desenvolvida pelo BC ao longo dos anos, a economia sustentável terá papel crucial para o novo presidente Gabriel Galípolo
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Economia sustentável: entenda o que é nova aposta do Banco Central para economia

Gabriel Galípolo será o presidente do Banco Central do Brasil (BC) entre 2025 e 2028. O economista foi indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para assumir o cargo na rotatividade obrigatória. Hoje, atua como diretor de política monetária do BC, e também foi secretário executivo do Ministério da Fazenda de Lula. Após indicação, Galípolo foi sabatinado pelo Senado – e aprovado para o cargo com 66 votos a favor e 5 contra. Uma das principais apostas do novo presidente do BC será economia sustentável.

Durante a sabatina, Galípolo tirou algumas das preocupações do Senado; uma das principais era qual seria algumas das decisões dele para fomentar a economia brasileira e, talvez mais importante, impedir a hiperinflação e o aumento contínuo da taxa de juros, causando impacto na economia de consumo da população. O economista explicou um pouco do que pretende praticar em uma fala amplamente replicada pela imprensa:

“Muitas vezes, como sociedade, a gente se frustra pelos avanços em ritmo mais lento e em trajetória menos linear do que a gente deseja. Mas penso que os avanços e os bloqueios correspondem aos pesos e contrapesos do processo democrático e ao tempo necessário para o debate público e construção de consensos. E eu prefiro sempre as dores do processo democrático às falsas promessas de atalho. Existem numerosos desafios pela frente, como a consolidação de uma agenda capaz de criar uma economia mais equânime e transparente, capaz de combinar maior produtividade e sustentabilidade, o que envolve o compromisso permanente do Banco Central no combate à inflação.” (Aspas retiradas da Agência Senado).

Porém, nas aspas, não fica realmente claro o que seria uma economia mais sustentável – porque o assunto é amplo e complexo e envolve diversos pontos importantes. Porém, é um dos pontos mais urgentes do século. Vejamos, abaixo, alguns pontos sobre o assunto.

Desenvolvimento e economia sustentável

O desenvolvimento sustentável (de uma nação, político, etc) tem três pilares principais: social, ambiental e econômico. Se desenvolvidos da maneira certa, geram um resultado apropriado para o futuro do planeta e da sociedade. 

Falemos, aqui, da economia sustentável. Esta é aquela que evolui sempre, mas respeita o planeta, os recursos naturais e um ecossistema saudável. 

Impactos da economia sustentável

Um dos impactos mais claros para a economia sustentável no Brasil, hoje, é o controle de catástrofes naturais fora da curva. No início de 2024, o Rio Grande do Sul sofreu impactos econômicos irreparáveis a curto e médio prazo decorrentes de chuvas. No final do mesmo ano, São Paulo viu um apagão que custou um impacto bilionário ao comércio. Também é exemplo a seca extrema que acabou com plantações e encareceu alimentos e geração de energia. Controle de clima e economia andam juntos.

Já um dos impactos positivos é o potencial melhorado de estar de acordo com acordos ambientais globais (como aqueles firmados em Cúpulas do Clima), fortalecendo relações internacionais e abrindo portas para um mercado global. 

Onde focar a economia sustentável?

O Brasil tem, hoje, alguns potenciais importantíssimos para o desenvolvimento econômico sustentável, pois temos uma área ampla de recursos diversos. Um dos potenciais, aproveitamos: a energia limpa e renovável. Nosso país dificilmente terá dificuldade de gerar energia, pois temos potencial para exploração sustentável. Não apenas isso, mas energia gerada para combustível, por aqui, é extremamente sustentável devido ao etanol.

Outra área de suma importância para pensar a economia sustentável é o agronegócio. O Brasil tem, historicamente, cerca de ⅓ do PIB formado no agro. Ele é um motor impossível de ser ignorado. Ao mesmo tempo, é um dos maiores desafios: não necessariamente uma plantação rentável será uma plantação sustentável. Prova disso é a soja: ela é metade dos grãos produzidos no mundo, e 40% dessa produção é brasileira. Mas a soja tem grandes impactos na emissão de carbono, polinização, meio animal, etc.

Uma forma, talvez, de estimular um agro mais sustentável é entender como podemos produzir alimentação diversa, sustentável e voltada para estimular o consumo interno – assim, a engrenagem da economia local poderia ganhar ênfase e força. O governo consegue estimular mudanças no padrão de consumo e produção para fortalecer uma economia sustentável.

Papel do governo na economia sustentável

É importante que o presidente do BC tenha, ao mesmo tempo, ligação com o governo federal, mas autonomia para tomar decisões independentes dele. 

O Ministério do Meio Ambiente tem alguns planos de produção de Consumo Sustentável que detalham a questão. No site do governo, é possível observar que esses planos têm trechos e sugestões de ação como:

“Processos de produção, serviços e consumo que priorizam a eficiência na utilização de insumos e recursos, a redução de desperdício, a minimização de riscos à saúde e ao bem-estar humanos, entre outras medidas de qualidade no gerenciamento dos recursos naturais e humanos, gerando com isso efeitos econômicos e sociais positivos, além de proteger o meio ambiente para todos.”

Assim como é importante o governo ter uma legislação sustentável e atualizada, favorecer empresas e produções que se dediquem a práticas sustentáveis, criar punições para aquelas presenciais, etc. 

Como BC influencia na sustentabilidade

O BC, por sua parte, consegue pensar em como aplicar recursos e administrar o Sistema Financeiro Nacional (SFN) de modo a estimular um desenvolvimento sustentável no Brasil. Durante os últimos anos, o Banco Central trabalhou para construir e estimular uma agenda sustentável na própria casa – e refletir isso na economia do Brasil.

Entre as principais responsabilidades de economia sustentável do BC estão, de acordo com relatório da própria instituição:

  1. Compromisso com o tema, no âmbito de seu mandato institucional
  2. Vigilância sobre os riscos pela perspectiva social, ambiental e climática e seus impactos na missão de:
  • garantir a estabilidade do poder de compra da moeda;
  • zelar por um sistema financeiro sólido, eficiente e competitivo; e
  • fomentar o bem-estar econômico da sociedade.
  • Atenção para oportunidades de desenvolvimento com a transição econômica para uma economia de baixo carbono, alinhado ao Acordo de Paris
  • Transparência na questão climática em linha com desenvolvimentos na comunidade de Bancos Centrais.

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