Se você está começando seus estudos no Direito ou pensando em seguir essa carreira, com certeza já se deparou com os termos direito público e privado. E, se ficou em dúvida sobre o que isso quer dizer na prática, não se preocupe, porque essa dúvida é super comum!
Entender a diferença entre direito público e privado é importante para compreender como o sistema jurídico funciona no Brasil e no mundo, de modo geral.
Afinal, essa divisão é a base para organizar os ramos do Direito, e influencia diretamente como as leis são aplicadas. Neste artigo, vamos te explicar de forma simples o que é cada um, onde eles atuam e como se diferenciam.
O que é direito público?
O direito público é o ramo do direito que regula as relações entre o Estado (incluindo seus órgãos e entidades) e as pessoas (físicas ou jurídicas). Ele é composto por um conjunto de normas que visam proteger o interesse coletivo, organizando a atuação do poder público e garantindo que o Estado cumpra suas funções de forma justa e equilibrada.
Nessa relação, o Estado ocupa uma posição de superioridade, pois age em nome do poder público. No entanto, isso não significa que ele possa agir arbitrariamente, pois existem regras e princípios jurídicos que limitam sua atuação, assegurando que o poder seja exercido com responsabilidade e respeito aos direitos individuais e sociais.
Principais áreas do direito público
- Direito Constitucional: é a área que define a estrutura do Estado, a organização dos poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) e garante os direitos fundamentais dos cidadãos.
- Direito Administrativo: é o que regula a atuação da administração pública, estabelecendo normas para serviços públicos, licitações, atos administrativos e o relacionamento entre o governo e os cidadãos.
- Direito Penal: Trata dos crimes e das penas, protegendo a sociedade contra ações que violem a ordem pública e a segurança coletiva.
- Direito Tributário: é o que cuida da arrecadação de impostos, taxas e contribuições, definindo as obrigações fiscais de pessoas e empresas perante o Estado.
- Direito Processual: organiza o funcionamento dos processos judiciais (civis, penais e administrativos), garantindo que as disputas sejam resolvidas de forma justa e dentro da lei.
Em resumo, quando o Estado entra na jogada de forma direta, com autoridade legal, estamos falando de direito público.
O que é direito privado?
Já o direito privado trata das relações entre pessoas, sejam elas indivíduos ou empresas, em condições de igualdade jurídica. Aqui, o foco está nos interesses particulares e na autonomia das partes envolvidas.
Os principais ramos do direito privado são:
- Direito civil: é o mais abrangente, regulando temas como contratos, responsabilidade civil, direito das sucessões, família e obrigações em geral.
- Direito empresarial (ou comercial): é a área que trata das atividades econômicas exercidas por empresas e empresários, como sociedades, marcas ou contratos empresariais
- Direito de família e sucessões: cuida dos vínculos familiares, casamento, guarda dos filhos, heranças e testamentos.
No direito privado, o Estado até pode entrar como parte (como, por exemplo, quando um órgão público celebra um contrato com uma empresa), mas está em pé de igualdade com o outro lado.
Diferença entre direito público e privado
Agora que já vimos o que é o direito público e o que é o direito privado, vamos à comparação direta. Assim fica fácil entender quando estamos lidando com um ou com outro.
No direito público, os envolvidos são geralmente o Estado e uma pessoa, enquanto no direito privado, a relação ocorre entre pessoas físicas ou jurídicas. A natureza da relação no direito público é desigual, pois o Estado exerce autoridade sobre o indivíduo, já no direito privado, as partes estão em situação de igualdade.
O interesse predominante no direito público é coletivo ou social, como em processos penais ou no pagamento de impostos. Por outro lado, no direito privado, prevalecem interesses particulares ou individuais, como em contratos de aluguel ou compra e venda.
Além disso, no direito público, as regras são mais rígidas e há pouca flexibilidade para negociação. Já no direito privado, existe maior liberdade para que as partes ajustem cláusulas e acordos conforme suas necessidades.
Ou seja, se você estiver diante de uma situação em que o interesse coletivo está em jogo e o Estado está exercendo poder, muito provavelmente é uma questão de direito público. Agora, se for uma relação entre particulares, como um contrato entre duas empresas ou um divórcio consensual, é direito privado na certa.
E quando há mistura?
Embora o direito público e o direito privado tenham naturezas distintas, existem situações em que eles se entrelaçam, criando relações jurídicas híbridas. Nessas ocasiões, aplicam-se regras de ambos os ramos, dependendo do aspecto analisado.
Um caso dessa intersecção ocorre nas Parcerias Público-Privadas (PPPs), em que o Estado (direito público) firma um contrato (direito privado) com uma empresa particular para a prestação de serviços ou execução de obras de interesse coletivo.
Por que isso acontece?
A complexidade das relações sociais e a necessidade de equilibrar interesse público e liberdade privada fazem com que, em certos casos, os dois ramos do direito se complementem. O Estado não pode deixar de ser regulador, mas também não pode engessar acordos que dependem de flexibilidade.
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Saber como diferenciar direito público e privado é essencial para qualquer estudante ou profissional do Direito. Essa divisão não só ajuda a organizar os ramos do conhecimento jurídico, como também permite entender quem está envolvido na relação, qual é o interesse predominante e como as regras funcionam.
Se você está começando agora ou deseja reforçar sua base, esse é um dos primeiros temas que vale estudar com atenção. Ele aparecerá em várias disciplinas ao longo da graduação em Direito e também, na prática, profissional.
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